terça-feira, 15 de julho de 2008

O cânone dos exames do 12º ano



Este tivemos o Miguel, para o ano que vem queremos a Margarida, daqui a dois anos pode ser que o "texto astrológico" de Maya já entre.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Ainda a Matemática

terça-feira, 8 de julho de 2008

Ao cuidado dos da educação



A política de facilitismo e permissividade, que tem contado com a cumplicidade de um certo pedagogismo míope e laxista, contribui sem dúvida para a melhoria cosmética das estatísticas nacionais e internacionais, mas condena uma multidão inumerável de jovens à iliteracia e, por conseguinte, a uma irresgatável menoridade social e cívica.
Vítor Aguiar e Silva, "Reflexões tempestivas sobre a crise das Humanidades".

João Gilberto e Caetano Veloso cantam "Garota de Ipanema", de Tom Jobim e Vinicius

Reacção da Associação de Professores de Português aos maus resultados na prova do 12º ano

(...) a Associação de Professores de Português (APP) culpa a má formulação da prova pelos piores resultados dos últimos anos.
"Os maus resultados [a português] não surpreenderam porque a prova apresentava toda uma série de questões mal formuladas que levaram os alunos à confusão. Esta quebra não se deve a falta do bom ensino de Português ou falta de preparação, mas sim exclusivamente à prova que os alunos tiveram à frente", afirmou hoje à Agência Lusa a vice-presidente da Associação de Professores de Português (APP), Edviges Antunes Ferreira.
A responsável lembrou que tanto o primeiro como o segundo grupo do exame de Português do 12º ano "suscitaram várias dúvidas" à APP e a inúmeros professores, salientando que "nem os alunos nem os docentes podem ser responsabilizados pelos fracos resultados".
"Os professores leccionaram e preparam os alunos este ano como sempre o fizeram nos anos anteriores. Há uma coisa que está mal nisto tudo e de certeza que não é a forma como os professores leccionam o Português", reiterou.
A média de notas no exame de Português do 12º deste ano ficou abaixo dos 10 valores (numa escala até 20) pela primeira vez em três anos, situando-se nos 9,7 valores face aos 10,8 de 2007.
Edviges Antunes Ferreira afirmou ver "com bons olhos" o reforço das medidas de apoio da disciplina no Secundário anunciado pelo Ministério da Educação na sexta-feira passada.
"Qualquer reforço a nível da carga horária em Português é fundamental para melhorar o desempenho dos alunos. Mas não tenho dúvidas de que se os alunos no próximo ano forem confrontados outra vez com uma prova deste calibre os resultados não vão melhorar, vão ser os mesmos", considerou.


Público, 9/7/08

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Milagre que alguns já atribuem a Nossa Senhora de Lourdes: Média dos alunos internos do 12º ano a Matemática foi este ano superior a 14!

A escola facilita de tal modo a qualidade de ensino que ministra, desiste de tal modo da responsabilidade que é a sua na exigência de desenvolvimento das competências cognitivas dos seus alunos, que nada significa ter sucesso. Todos têm sucesso.
Olga Pombo, A Escola, A Recta e o Círculo

sábado, 5 de julho de 2008

Crónica de João Marcelino, hoje, no DN

O MILAGRE DA METMÁTICA

Num ano, num simples ano, os jovens portugueses do secundário resolveram milagrosamente os seus problemas com a Matemática e passaram de uma média de 9,4 para 12,5. Em sentido inverso, mas ainda mais positivo, as próprias reprovações, que eram de 18%, baixaram para 7%. Um duplo êxito? Não! A Associação Portuguesa de Matemática, obviamente, desconfia; o ministério, incomodado, admite que "não se podem fazer comparações seguras" com o ano anterior; e, perante este quadro, nada impede um cidadão de temer que tal fenómeno se deva apenas a uma mudança de critérios, agora mais "amigos" na avaliação da ignorância.
Seja como for, esta situação ilustra o que nos últimos anos se tem passado na sociedade portuguesa e a todos os níveis.
Esmagado pela estatística, sobretudo no ensino e na saúde, o País interiorizou, com os governantes à cabeça, que a convergência com a Europa é um simples exercício numérico. Tudo estará bem se as estatísticas, ratificadas na Europa, forem melhores.
Fosse assim tão simples tratar da realidade.

Boa imprensa



A entrevista à ministra Lurdes Rodrigues, publicada hoje no Expresso, ilustrada com sete enormes fotografias em pose descontraída e simpática, é bem a prova de que continuar a gozar de boa imprensa.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Águas de Portugal, empresa pública arruinada, gasta milhões em carros e prebendas de luxo



"No meu país não acontece nada",
escreveu Ruy Belo em 1970,
e continua a nada acontecer.

Maris Filomena Mónica, sobre os exames de Português


Maria Filomena Mónica escreve hoje no Público sobre os exames de Português. Longe dos bons tempos dos "Filhos de Rousseau", mas, ainda assim, é de ler. Curiosamente, a média das provas do Português B, 12º, baixou este ano para 9,7 (já a de Matemática subiu bastante).

Galeria


Galeria de ministros da educação: desde Hermano Saraiva (1968-1970) até Lurdes Rodrigues (2005-), foram vinte e oito, sendo que três pertenceram a mais do que um governo. Marçal Grilo foi o que mais tempo governou: quatro anos. Mesmo assim, em média, não chega a ano e meio para cada um. Na Primeira República, a média é bem menor: pouco mais do que três meses.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Imagens do filme "Verão 42", com Jennifer 0'Neil (tema musical de Michal Legrand)


É um "filme de formação", com adolescentes a crescer e a Segunda Guerra Mundial em fundo. Tocante. Pode ser mostrado aos nossos alunos com proveito.

domingo, 29 de junho de 2008

Ilha de Moçambique - seis vistas






O direiro ao sucesso



Margarida Moreira - Começou por ser educadora de infância, passou depois a integrar as estruturas dirigentes da FENPROF-Norte e é directora da Direcção Regional de Educação do Norte desde que Santos Silva foi ministro da educação.
Disse há tempos que os alunos têm direito a ter sucesso, e parece que ficou em acta.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Clamar no deserto


PINTO MONTEIRO VAI HOJE AO PARLAMENTO FALAR SOBRE VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

O Procurador-Geral da República (PGR), Fernando Pinto Monteiro, vai hoje à Assembleia da República falar sobre a violência nas escolas e "responder a todas as questões" dos deputados.
Segundo fonte da Procuradoria, Pinto Monteiro responderá, na audiência na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, "a todas as questões que os partidos políticos" lhe colocarem sobre a violência nas escolas.
Nos últimos meses, Pinto Monteiro mostrou-se preocupado com a violência no meio escolar, afirmando mesmo que tem "elementos seguros de que há alunos que vão armados para as escolas", e acusou o Governo de "minimizar" a dimensão deste problema.
O Procurador-Geral da República, que seleccionou a violência escolar como uma prioridade de investigação, no âmbito da nova Lei de Política Criminal, considerou que "a violência escolar funciona, em alguns casos, como uma espécie de 'embrião' para níveis mais graves de criminalidade".
O PGR defendeu que seja "reforçada a autoridade dos professores e que os órgãos directivos das escolas sejam obrigados a participar os ilícitos ocorridos no interior das mesmas".

PÚBLICO17/6/08

Equívocos



O anunciado fim da escola transmissiva, substituída pela escola das competências práticas e em uso, corresponde a uma mudança de paradigma baseada no equívoco da chamada "ligação à vida", que corre em detrimento da formação geral e humanística dos alunos (supõe-se que a filosofia ou a literatura não têm ligação à vida). Em rigor, o que esta poderosa "tendência" defende é a desvalorização da escola e do seu papel (bem como o apoucamento da função do professor), pois o que é a escola senão uma abstracção, ou, quando muito, um simulacro? O que é que disciplinas como a Matemática ou a História podem ser senão extraordinárias abstracções? Se Einstein não "abstraísse", em que laboratório é que ele poderia ter chegado à teoria da relatividade?

segunda-feira, 16 de junho de 2008

De vento em popa!


À semelhança do que se vê na imagem publicada hoje pelo Público, as aulas do futuro próximo serão assim uma espécie de teatro de sombras...


Numa região dita deprimida, falando para portugueses que para lá caminham, o primeiro-ministro anunciou ontem, com exactidão e contas feitas, a panaceia para salvar a escola pública, dando ao mesmo tempo uma enorme bofetada psicológica aos descrentes no "estado da arte": milhares e milhares de videoprojectores (um por sala, calcule-se o luxo e a crença!), quadros, imensos quadros interactivos (um por cada três salas), computadores a rodos (um por cada cinco alunos), muita net rapidíssima e um pouco por toda a escola (mesmo "nos espaços exteriores" - sic), videovigilância por tudo quanto é sítio.... são ao todo 400 milhões de "aéreos".
Hélas, agora é os profes se calam de vez (e até deixam de ser precisos)!